Nunca entendi o porquê mas agora, como mãe, vivi e entendi.
Eu passava 2 meses de férias na casa de minha avó em Itanhaém. E na hora de ir embora, no carro de meus pais, ficava fixando-a até virarmos a esquina. Daí eu via minha avó enxugando as lágrimas.
Anos se passaram e agora eu via minha mãe chorando na porta quando íamos apenas passar 3 a 4 dias fora de casa (ela mora ao meu lado). E eu achava um exagero emocional, já que logo estaríamos de volta.
E hoje, aos 50 anos, entendi tudo isso.
Com um longo feriado como não se viu igual, viemos passar os dias na nossa chácara. Vieram filhos, namorado, minha mãe e a cachorra da família. Mas, na hora de eles irem embora, veio o nó na garganta, a vontade de chorar. E a lágrima veio. Então, veio a imagem da minha avó. E eu a entendi.
Os educamos para o amor. Ensinamos a ir e a voltar. Está tudo plantado.
Mas Deus ainda nos deu a infinita bondade de sentirmos a falta enquanto ainda os temos tão pertinho. Afinal, daqui uns dias nós voltaremos da chácara e todos estarão lá, dentro do ninho ainda.
Mas um dia eles irão. Irão voar, como já voaram e voltaram. Mas sempre saberão onde suas raízes estão plantadas. E o quanto são amados.
Chorei sem saber porquê. Chorei pela felicidade de tê-los juntos no domingo de Páscoa. Chorei de gratidão por saber que os eduquei por amor, pra saberem ir e voltar. Um reconhecimento de que boa parte da missão foi cumprida com sucesso.
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