Li. Copiei. E já ia colar. Mas veio a vontade de colocar a mãe dentro de mim que fica. Que ficará. Que já é eterna.
Mãe fica. Depois que todos se vão. Depois que a cidade dorme. Depois que as luzes se apagam. Mãe fica.
Mãe sempre fica. Fica o coração. Então fica. Mãe nunca mais estará por inteira esteja onde estiver. Uma parte sempre fica. Fica neles. Se chegaram. Se dormiram. Se estão felizes. Se precisam de ajuda. Se foram ao médico. Se tomaram o remédio.
Mãe fica no hábito de avisar onde vai. Nas manias de perguntar sempre a mesma coisa. De lembrar do horário. De chamar pra almoçar.
Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo julga ou sai de perto. Quando as certezas se desfazem. Mãe fica.
Mãe é a teimosia do amor, que insiste em permanecer e ocupar todos os cantos. É caminho de cura. De paz. De fé.
Nada é mais transformador do que amar um filho. E nada será mais forte do que ser amado por uma mãe.
E é porque a mãe fica que o filho vai. E no filho que vai, sempre fica um pouco da mãe: de forma peculiar, só seu, do seu jeitinho: “essa casa é minha e sou eu que mando”, quando na verdade a casa do coração já não é de um dono só.
Mãe fica. No olhar sensível. Na força pra lutar. No não desistir por defender e resgatar.
No coração do filho, mãe fica. No coração da mãe, filho é parte.
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